Atualmente, existem basicamente dois tipos de materiais que constituem as próteses de válvulas cardíacas: tecidos biológicos (pericárdio bovino, válvula porcina ou até carneiro, além de aloenxerto com tecido humano); mecânicas, próteses de material inorgânico semelhante ao metal.
Todos os estudos mostram que a melhor atuação em doenças valvulares seriam as plásticas, onde se manteriam o tecido próprio com intuito de restabelecer a função. Mas, existe uma série de fatores que podem não permitir, como a doença de base, o grau de comprometimento e a equipe treinada.
A escolha é individual, mas o cardiologista clínico e o cirurgião cardiovascular precisam orientar muito bem, com critérios corretos e não apenas explicar as diferenças de cada válvula, como se fez por muito tempo.
As válvulas biológicas evoluíram em durabilidade, são construídas e tratadas com soluções anticalcificantes, ou seja, possuem dados científicos com média de duração em torno de 15-20 anos, sendo necessário nova cirurgia após esse período, que com a evolução dos materiais, poderá ser realizada via transcateter, o que já ocorre nas válvulas aórticas. Porém, ainda são comercializadas válvulas comuns, sendo que em pacientes acima de 70 anos não há diferença estatística comparando com as tratadas com soluções anticalcificantes. A válvula biológica também necessita o uso de anticoagulantes nos primeiros 3-6 meses.
As válvulas mecânicas, por sua vez, possuem uma construção de duplo disco, com durabilidade excelente, que na maioria das vezes não necessitará nova intervenção, a não ser quando houver complicações como trombo na válvula (coágulo), infecção ou Leak Paravalvar (soltura de parte da prótese), todas complicações de qualquer tipo de prótese, seja biológica ou mecânica. Entretanto, devido natureza do material mecânico, é necessário o uso contínuo de anticoagulante do tipo Cumarinicos (varfarina), que necessitam exames de sangue para averiguar mensalmente se a dose não está baixa (menor que 2,5 do TAP) que poderia ocasionar trombos, com risco de isquemia de órgãos e até cerebral, ou alta (maior que 3,5 do TAP) que poderia ocasionar sangramentos até hemorragia em órgãos como derrame cerebral.
Dessa forma, a escolha deve ser feita em conjunto com o paciente e familiares. Pois se o paciente não quer utilizar medicações ou possui risco aumentado para hemorragias, como idosos ou trabalhadores de áreas isoladas, poderiam optar por biológicas. Já um jovem, que não deseja passar por outra cirurgia e consegue manter um controle rigoroso com a medicação anticoagulante, poderia optar por mecânica.
Há uma evolução intensa sobre as próteses biológicas, e nos últimos anos o seu uso cresceu muito, tanto por aumento de sua durabilidade quanto pelo uso das próteses implantadas por métodos percutâneos, através dos cateteres. Já é realidade a Prótese Transcateter Aórtica (TAVI) em casos selecionados, e as válvulas para posição mitral. São casos e doenças selecionadas, por esse motivo, mesmo em pacientes jovens com prótese biológica, o implante posterior de uma prótese transcateter pode tornar a escolha pela biológica atrativo.
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